Afogamento
é a asfixia gerada por aspiração de líquido de qualquer natureza que
venha a inundar o aparelho respiratório. Haverá suspensão da troca ideal
de oxigênio e gás carbônico pelo organismo.
SINAIS E SINTOMAS:
Em
um quadro geral pode haver hipotermia (baixa temperatura corporal),
náuseas, vômito, distensão abdominal, tremores , cefaléia (dor de
cabeça), mal estar, cansaço, dores musculares. Em casos especiais pode
haver apnéia (parada respiratória), ou ainda, uma parada
cárdio-respiratória.
PREVENÇÃO:
Para bebês:
- Estes nunca devem ser deixados sozinhos no banho ou próximo a qualquer superfície líquida.
Para crianças:
-
Além dos cuidados anteriores deve-se estimulá-las a assumir
responsabilidade por sua própria segurança. Elas devem aprender a nadar e
a boiar e devem compreender que não devem entrar em águas perigosas.
- Saltos de trampolim são extremamente perigosos.
Para adultos:
-
Estes devem ter noções sobre as suas limitações principalmente quando
suas funções normais estiverem comprometidas devido ao manuseio de
drogas, sejam elas medicamentos ou bebidas. Evitar nadar sozinho em
áreas não supervisionadas ou em áreas onde as condições do meio líquido
sejam desconhecidas.
-
Qualquer nadador deve estar apto a nadar diagonalmente a uma corrente
que o pegou e não contra a mesma , se não conseguir escapar deve chamar
por socorro.
PRIMEIROS SOCORROS EM AFOGAMENTO:
Objetivo:
Promover
menor número de complicações provendo-se o cérebro e o coração de
oxigênio até que a vítima tenha condições para fazê-lo sem ajuda
externa, ou até esta ser entregue a serviço médico especializado.
Meios:
Suporte
Básico de Vida (SBV) afim de habilitar a vítima aos procedimentos
posteriores do Suporte Cardíaco Avançado de Vida (SCAV). O SBV consiste
apenas em medidas não evasivas.
O socorrista:
Deve
promover o resgate imediato e apropriado, nunca gerando situação em que
ambos (vítima e socorrista ) possam se afogar, sabendo que a prioridade
no resgate não é retirar a pessoa da água, mas fornecer-lhe um meio de
apoio que poderá ser qualquer material que flutue, ou ainda, o seu
transporte até um local em que esta possa ficar em pé. O socorrista deve
saber reconhecer uma apnéia, uma parada cárdio-respiratória (PCR) e
saber prestar reanimação cárdio-pulmonar (RCP)
O resgate:
O
resgate deve ser feito por fases consecutivas : Compreendendo a Fase de
observação, de entrada na água , de abordagem da vítima, de reboque da
vítima, e o atendimento da mesma.
Fase de observação:
Implica
na observação do acidente, o socorrista deve verificar a profundidade
do local, o número de vítimas envolvidas, o material disponível para o
resgate.
O
socorrista deve tentar o socorro sem a sua entrada na água, estendendo
qualquer material a sua disposição que tenha a propriedade de boiar na
água, não se deve atirar nada que possa vir a ferir a vítima.
Em
casos de dispor de um barco para o resgate, sendo este com estabilidade
duvidosa a vítima não deve ser colocada dentro do mesmo, pois estará
muito agitada.
Fase de entrada na água:
O
socorrista deve certificar-se que a vítima está visualizando-o. Ao
ocorrer em uma piscina a entrada deve ser diagonal à vítima e deve ser
feita da parte rasa para a parte funda. Sendo no mar ou rio a entrada
deve ser diagonal à vítima e também diagonal à corrente ou à correnteza
respectivamente.
Fase de Abordagem:
Esta fase ocorre em duas etapas distintas:
Abordagem
verbal; Ocorre a uma distância média de 03 metros da vítima. O
socorrista vai identificar-se e tentar acalmar a vítima. Caso consiga,
dar-lhe-á instruções para que se posicione de costas habilitando uma
aproximação sem riscos.
Abordagem
física; O socorrista deve fornecer algo em que a vítima possa se
apoiar, só então o socorrista se aproximará fisicamente e segurará a
vítima fazendo do seguinte modo: O braço de dominância do socorrista
deve ficar livre para ajudar no nado , já o outro braço será utilizado
para segurar a vítima , sendo passado abaixo da axila da vítima e
apoiando o peito da mesma, essa mão será usada para segurar o queixo do
afogado de forma que este fique fora da água.
Fase de reboque:
O
nado utilizado será o "Over arms" também conhecido como nado militar ,
ou nado de sapo. Quando em piscinas e lagos o objetivo sempre será
conduzir a vítima para a porção mais rasa . No mar, será admitido o
transporte até a praia, quando a vítima estiver consciente e quando o
mar oferecer condições para tanto; será admitido o transporte para o
alto mar (local profundo e de extrema calmaria), quando a vítima
apresentar-se inconsciente e o mar estiver extremamente revolto (essa
atitude dará condições ao socorrista de repensar o salvamento). Caso
exista surfistas na área o socorrista, deve-se pedir ajuda .
Quando
o socorrista puder caminhar, deve fazê-lo, pois é mais seguro do que
nadar. Deverá carregar a vítima de forma que o peito desta fique mais
elevado do que a cabeça, diminuindo o perigo da ocorrência de vômito.
Fase de atendimento:
O
atendimento, em Primeiros Socorros as alterações eletrolíticas e
hídricas decorrentes de diferentes tipos de líquidos(água doce ou
salgada) em que ocorreu o acidente não são relevantes, não havendo
tratamentos diferentes ou especiais. Os procedimentos em Primeiros
Socorros devem adequar-se ao estado particular de cada vítima, no que se
refere às complicações existentes.
Vale
frisar que o líquido que costuma ser expelido após a retirada da água
provêm do estômago e não dos pulmões por isso, sua saída deve ser
natural , não se deve forçar provocando vômito, pois pode gerar novas
complicações.
Caso
o acidente não tenha sido visto pelo socorrista, ele deve considerar
que a vítima possui Traumatismo Raquimedular(TRM) e deverá tomar todos
os cuidados pertinentes a este tipo de patologia.
A nível de Primeiros Socorros deve-se sempre:
1.
Acalmar a vítima, fazê-la repousar e aquecê-la através da substituição
das roupas molhadas e fornecimento de roupas secas, casacos, cobertores e
bebidas quentes
2.
Manter a vítima deitada em decúbito dorsal procedendo com a
lateralização da cabeça ou até da própria vítima afim de que não ocorra
aspiração de líquidos.
3.
Caso o afogado inconsciente seja deixado sozinho, ele deve ser colocado
na posição de recuperação que mantêm o corpo apoiado em posição segura e
confortável, além de impedir que a língua bloqueie a garganta e
facilitar a saída de líquidos.
Outros procedimentos em casos particulares seriam:
1.
Fazer a desobstrução das vias aéreas através da extensão do pescoço ,
da retirada do corpo estranho e da tração mandibular atentando sempre
para a possibilidade de trauma cervical.
2. Em vítimas com parada respiratória, proceder com a respiração boca-a-boca objetivando manter a oxigenação cerebral.
3. Em vítimas com PCR, efetuar a RCP em casos que o tempo de submersão seja desconhecido ou inferior a uma hora.
Respiração Artificial Boca-a-Boca:
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