Dilma tem que matar um leão por hora
Por Emanuel Cancella*
A Petrobrás valia R$ 15,4 bilhões em 2003.
Hoje vale R$ 214 bilhões. Ou seja, houve uma valorização da empresa de 375% com
Lula e Dilma, nos governos comandados pelo PT. Mas por que essa informação é
escondida?
A Petrobrás financia 75% das obras
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ou seja, está por trás da maior
parte das obras em andamento no país. No entanto está sendo lembrada apenas por
uma CPMI casuística.
A imprensa grande força a barra é
tenta criar o escândalo “Mensalão 2”, às portas da eleição, omitindo o fato de
que o pivô da corrupção, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, foi alçado a direção
da empresa no governo Fernando Henrique Cardoso.
A Petrobrás retomou a construção de
refinarias nos governos do PT, depois de mais de 40 anos de estagnação do
parque de refino. Hoje existem quatro refinariais em construção. No entanto a
mídia só faz referência ao superfaturamento das obras.
Lula desengavetou o pré-sal, depois de 30 anos e deu andamento ao
desenvolvimento de tecnologia inédita no mundo, descobrindo as reservas do
pré-sal e colocando a companhia entre as maiores petroleiras no planeta. No
entanto, a mesma oposição que colocava em xeque a veracidade do pré-sal, diante dos 500 mil barris já em produção,
agora questiona o fato da Petrobrás ser a operadora única dos campos, querendo
entregar o filé a petrolíferas estrangeiras.
A Petrobrás serve ao Brasil há 63
anos. Com o Comperj, em Itaboraí,
Lula-Dilma buscam retomar a indústria petroquímica, o setor mais lucrativo da
indústria de petróleo, que foi destruído no período FHC.
O governo brasileiro é o que mais
constrói parques eólicos e hidrelétricas no mundo, mas quando noticia a
construção de parque eólicos, a mídia foca apenas no que ainda não foi feito,
na ausência de redes de transmissões.
A polêmica transposição do Rio São
Francisco, projetada há mais um século, saiu do papel nos governo do PT. Mas a
mídia só enfoca os aspectos negativos, como a greve de fome do bispo católico.
Nos números da economia, é
necessário reconhecer o esforço hercúleo e o talento de alguns jornalistas na
distorção dos resultados. Mesmo não concordando com a manobra, reconheço que
são dignos de prêmio. Quem sabe além do prêmio Esso de Jornalismo, poderia ser
criado o Prêmio 171 no jornalismo?
Um campeão tem que matar um leão por
dia, diz o dito popular. Mas a presidenta Dilma, para ganhar as eleições, vai
ter que matar um leão por hora.
* Emanuel Cancella é
seecretário-geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro
(Sindipetro-RJ) e coordenador da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).